terça-feira, 30 de novembro de 2010

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Transplante de medula: estudo mostra redução na taxa de mortalidade após transplante alogênico de células progenitoras hematopoiéticas (TCPH)

Muitos avanços têm sido obtidos ao longo da última década nas técnicas e no tratamento de pacientes submetidos a transplantes alogênicos de medula. Para determinar o quanto esses avanços têm melhorado os resultados destes transplantes (o paciente recebe a medula de outra pessoa), pesquisadores da Universidade de Washington (UGW), Seattle, conduziram um estudo, financiado pelo National Institutes of Health, com resultados muito reconfortantes, publicados na edição de 25 de novembro do New England Journal of Medicine.

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oram analisadas as taxas de mortalidade geral, de mortalidade não precedida por recaída, da recidiva de condições malignas, a freqüência e a gravidade de complicações do transplante, incluindo enxerto-versus-hospedeiro (GVHD), complicações hepáticas, renais, pulmonares e infecciosas entre 1.418 pacientes que receberam seu primeiro transplante alogênico no centro de Seattle, no período de 1993 a 1997, e entre 1148 pacientes que receberam seu primeiro transplante alogênico no período de 2003 a 2007. Componentes da Avaliação Pré-transplante de Mortalidade (PAM) da pontuação foram usados em modelos de regressão para ajustar à gravidade da doença no momento do transplante.

Verificou-se que no período 2003-2007, em comparação com o período 1993-1997, reduções significativas na mortalidade não precedida de recaídas, tanto após os primeiros 200 dias pós-transplante (redução de 60%) como no total (redução de 52%). A taxa de recidiva ou progressão de uma condição maligna reduziu em 21% e a taxa de mortalidade geral em 41%, após o ajuste para os componentes do escore de PAM. Os resultados foram similares quando a análise foi restrita aos pacientes que receberam a terapia de condicionamento mieloablativo. Encontrou-se também diminuição significativa no risco de GVHD grave, de doença causada por infecções virais, bacterianas e fúngicas, e de danos ao fígado, rins e pulmões.

O transplante alogênico é indicado nos casos de leucemia aguda, anemia aplástica, leucemia crônica, mielofibrose, mielodisplasia, linfomas que recaem após o transplante autólogo, em pacientes que não podem fazer o transplante autólogo por não se conseguir coletar sua medula, em pacientes nos quais a medula está tão contaminada pela doença que não vale a pena coletá-la. Os tipos de linfoma aonde este tratamento tem indicação são os foliculares, macroglobulinemia de Waldestrom, linfoma de Hodgkin e outros menos freqüentes.

Constatou-se uma redução substancial no risco de morte relacionada ao transplante alogênico de células hematopoiéticas, bem como um aumento na sobrevida em longo prazo, na última década. Melhores resultados parecem estar relacionados a reduções de dano aos órgãos, infecções e GVHD aguda grave.
Matéria traduzida e condensada da edição de 25/11/2010 de New England Journal of Medicine. Leia o texto original aqui.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

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Era da Oncologia personalizada: urgência na criação de novas estratégias para o desenvolvimento de drogas modernas

Milhões de pacientes de câncer em todo o mundo poderão em breve ser beneficiados com tratamentos personalizados mais eficazes para a sua doença, graças à evolução no entendimento da biologia do câncer, segundo declaração de pesquisadores desta matéria no Simpósio organizado pela Sociedade Européia de Oncologia Médica (ESMO), em Nice, semana passada. No entanto, para aproveitar ao máximo essa transformação, governos, empresas farmacêuticas e médicos precisam urgentemente se adaptar a maneira como as novas  drogas serão desenvolvidas e produzidas.

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ara os pesquisadores, a terapia do câncer experimenta, sem dúvida, o momento mais emocionante de sua história. "Estamos na confluência de dois novos movimentos: um, para a medicina personalizada e outro, em direção ao uso de novas terapêuticas, molecularmente orientadas, que exploram a assinatura genética e molecular do tumor. Estes movimentos despertam muitos desafios, mas também a oportunidade para fazer mudanças de paradigma na nossa forma de pensar e de tratar o câncer", afirmou José Baselga, do MGH Cancer Center, de Boston, EUA.

Tratamentos personalizados têm se tornado cada vez mais disponíveis para o câncer na última década. Isso contribuiu para que se descobrisse que os tumores comuns, tais como o câncer de mama, são, na verdade, uma mistura de vários tipos de doenças com distintas características moleculares. Enquanto isso, as drogas alvo molecular, que inibem alvos moleculares específicos envolvidos em alguns tipos de câncer, também têm sido desenvolvidas.

"A medida que nossa compreensão da biologia do câncer se desenvolve, esses tipos de tratamentos personalizados devem se tornar mais disponíveis para vários outros tipos de câncer", disse Fabrice André, porta-voz do Institut Gustave Roussy, na França. "Se queremos facilitar a implementação deste tipo de medicina personalizada, então precisamos urgentemente desenvolver novas estratégias para o desenvolvimento de medicamentos contra o câncer."

Em particular, é hora de repensar se o modelo-padrão de testes de novas drogas em grandes estudos clínicos de fase III continuará sendo eficaz para testar essas drogas, que inibem alvos moleculares específicos envolvidos em alguns tipos de câncer, direcionados aos pacientes, questionam os pesquisadores.

Os processos de regulamentação estão cada vez mais restritivos ao acesso dos doentes aos novos medicamentos potencialmente inovadores, pois até os grandes ensaios geralmente envolvem apenas uma pequena parcela da população de doentes de câncer, e também porque o processo de desenvolvimento de medicamentos consome muitas vezes mais de uma década, desde o primeiro estudo pré-clínico.

Isso está relacionado ao fato de que para a aprovação de uma nova droga geralmente são necessários grandes ensaios de confirmação, normalmente feitos em uma população não selecionada. O momento atual, pelo contrário, impõe a necessidade de estudos menores, com a seleção de pacientes alvo em ensaios clínicos de menor duração

"Num futuro próximo, as decisões de tratamento do câncer serão baseadas na biologia", afirma Jean-Charles Soria, do Institut Gustave Roussy. "É fundamental que médicos oncologistas tenham as habilidades e o conhecimento para trazer esses avanços para seus pacientes. A oncologia do futuro será personalizada, e a medicina e a comunidade precisam discutir como isso será implementado.”

Traduzido e comentado de medicalnewstoday.com

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

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Câncer de mama: três brasileiras famosas... e exemplares!

A intenção era publicar um post, como fiz com as gringas, mostrando dez brasileiras famosas que tivessem vencido o câncer de mama. Podia ser atleta, artista, empresária, profissional liberal, política, escritora, modelo, esposa... qualquer área de atuação, desde que fosse celebridade. Mas, após horas de pesquisas na net Sandrinha e eu chegamos à conclusão elementar: ou o câncer de mama poupa as mulheres famosas no Brasil, ou elas simplesmente ficam na moita por preconceito, insegurança, vergonha ou medo. Fenômeno inverso ao do comportamento verificado entre as norte-americanas. Tive até dificuldade pra selecionar apenas as dez do post.
Imaginem então o impacto social quando, há quase uma década, uma atriz jovem, bela e famosa como Patrícia Pillar resolve tornar pública sua luta contra uma doença que a grande maioria das mulheres brasileiras esconde e enfrenta calada, na sombra. Botando a boca no trombone ela não só demonstrou coragem, mas, sobretudo superação para ter o desprendimento moral de prestar este serviço à sociedade, dando-se como exemplo. Um belo exemplo.
Desde então sua atitude de encarar o câncer de frente vem servindo pra despertar a atenção de milhões de brasileiras para a necessidade de uma prática doméstica bastante simples, o auto-exame da mama, que pode salvar vidas. A coragem e a objetividade que fizeram com que ela procurasse o médico imediatamente e em seguida se submetesse à cirurgia foram fundamentais para o sucesso de seu tratamento.
Seu drama se inclui em estatísticas que não param de crescer. São 30 mil novos casos de câncer de mama no Brasil por ano, 82 por dia, mais de três por hora. Nos últimos 20 anos, o número de casos da doença cresceu 68%.
O exame feito pelo mamógrafo é capaz de detectar tumores a partir de um milímetro de diâmetro. Mas toda mulher deve, antes de tudo, como Patrícia, fazer o auto-exame e, na seqüência, procurar o médico especialista, um mastologista.
Infelizmente, 65% dos casos diagnosticados no Brasil já estão em estágio mais avançado, quando os tumores já têm pelo menos cinco centímetros de diâmetro. Poucas mulheres, ainda, têm acesso à mamografia, a um bom médico, a exames preventivos. E isso pode fazer a diferença entre a vida e a morte.
Patrícia Pillar
Uma brasileira que nunca escondeu sua luta contra a doença. Após auto-exame na mama, a atriz suspeitou de um nódulo no seio esquerdo. A ultra-sonografia realizada no dia seguinte confirmou a presença de um tumor de 1,5 cm. Três dias após o diagnóstico a atriz passou por intervenção cirúrgica para retirada do tumor e começou a fazer quimioterapia. Hoje, aos 44 anos, é um símbolo da importância da prevenção, diagnóstico e tratamento precoce do câncer.
"É uma sorte muito grande eu ter vencido o meu medo e ter esse hábito de fazer o auto-exame, sempre com medo. Mas o que eu posso dizer é que é muito melhor vencer o medo, porque se encontra no começo (o nódulo) você mantém sua mama, a cicatriz é pequena, a sua chance de recuperação é imensa".
Joana Fomm
Diagnosticada no Inicio de 2007, em exame preventivo. Chorou, ficou deprimida, mas não escondeu o câncer de ninguém. Passou por duas mastectomias, mas o medo da morte surgiu apenas após uma quinta cirurgia, de reconstituição das mamas. “É impossível estar com essa doença e não pensar nisso. Mas foi um pensamento passageiro”. Uma batalha seguida de outra, foram três difíceis anos fora da TV e dos palcos. Aos 70 anos de idade e com 40 anos de carreira, a atriz fará uma participação especial no seriado As Cariocas, que estreou em outubro. E dessa vez será mais do que um simples retorno à cena.
"É uma vergonha uma mulher na minha idade falar isso, mas, na verdade, eu quero é namorar. Quero ter 120 anos e estar legal comigo mesma, não me esconder atrás de sutiãs de enchimento".
Elba Ramalho
Aos 59 anos hoje, recebeu em 2009 o diagnóstico de câncer de mama e imediatamente o tornou público. Após uma cirurgia logo em seguida para a retirada de um nódulo de 5 mm, e de algum tempo seguindo um tratamento radioterápico, a cantora está bem (não houve necessidade de fazer quimioterapia) e seguindo normalmente sua agenda de shows.
"Não sei por que a gente tem câncer... Talvez Deus queira nos dar um puxão de orelha, fazer com que acordemos para alguma coisa. Sempre cuidei bem do corpo, mas também sei que vacilei em questões emocionais. Em vez de colocar para fora, segurava tudo dentro de mim"
Para chegarmos ao índice de exames dos países mais desenvolvidos, a primeira coisa de que precisamos é de mais mamógrafos. As estimativas são de que dispomos hoje no Brasil de apenas 700 destes aparelhos, quando o necessário seria algo em torno de 3.000. E, o que é pior, desses míseros 700, apenas cerca de 120 aparelhos estão na rede pública, no SUS. Uma gota d’água no oceano!

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

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Melanoma: estudos mostram como o câncer de pele evita droga promissora

Pesquisadores dos EUA descobriram diversas maneiras com que o melanoma pode “enganar” um comprimido experimental e promissor no tratamento do câncer de pele mortal chamado PLX4032, uma descoberta que pode levar a novos medicamentos e associações para manter este tipo de câncer sob controle.
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 Pesquisadores da Universidade da Califórnia, Los Angeles descobriram dois mecanismos de resistência diferentes que explicam como o melanoma deixa de responder ao tratamento com PLX4032, e uma outra equipe, do Instituto Tecnológico de Massachusetts e Harvard, em Cambridge, Massachusetts, descobriu um terceiro.

Eles disseram que as descobertas podem levar a coquetéis de drogas que possam prolongar a eficácia da PLX4032, uma droga que está sendo co-desenvolvida pelas empresas privadas de biotecnologia Plexxikon e Roche.

Até 80%o dos pacientes com uma mutação genética no gene BRAF respondem a PLX4032, mas o efeito dura apenas sete a nove meses para a maioria dos pacientes.

"A questão é quando as recidivas ocorrerão nestes pacientes, e o que acontece?“, disse o Dr. Roger Lo, da UCLA (University of California, Los Angeles), que trabalhou em um dos dois estudos publicados nesta quarta-feira na revista Nature.

Lo e seus colegas têm estudado as mudanças em tumores retirados de pacientes com câncer antes e após o tratamento com PLX4032. A esperança é determinar exatamente como o câncer é mais inteligente que a medicação. O PLX4032 pertence a uma nova classe de drogas que ataca as células-alvo do tumor com uma mutação em um gene chamado BRAF. As mutações ocorrem em 50 por cento a 60 por cento dos pacientes com melanoma.

Os pesquisadores  inicialmente suspeitaram que o câncer estivesse desenvolvendo outras mutações BRAF para contornar a droga, porque é assim que muitos cânceres iludem as drogas alvejadas, mas a equipe não encontrou mutações secundárias. Em vez disso, eles descobriram que em alguns pacientes o câncer adquire resistência ao PLX4032 revestindo com uma proteína a parte externa das células cancerosas, o que lhe permitia sobreviver. Em outro paciente, eles encontraram mutações em um gene chamado ARN, que permitiu ao câncer a mutação BRAF, tornando a droga obsoleta.

Lo disse que muitos dos caminhos de sobrevivência utilizados pelo câncer podem ser atacados com drogas já existentes ou com as drogas que estão sendo estudadas em ensaios clínicos.

Ao seguir esta linha de trabalho, os pesquisadores acreditam que serão capazes de desenvolver um coquetel de drogas que ataquem o câncer e cortem suas rotas de escape, tornando o mais mortal dos cânceres de pele em uma doença crônica, assim como os coquetéis de drogas têm feito para o tratamento da AIDS.

A Plexxikon e a Roche estão registrando pacientes em um ensaio clínico de Fase III da droga, que normalmente é o estágio final de testes em humanos antes de que um novo medicamento seja submetido aos órgãos reguladores para aprovação.
Traduzido e condensado do original pelo autor.  

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

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Dez vencedoras famosas do cancer de mama

Por que eu? Essa com certeza foi a pergunta crucial que cada uma delas se fez quando de seu diagnóstico. Eu também me fiz, logo no início. Espero que o rosto, a história, a luta, as palavras destas 10 mulheres tomadas entre milhares de pacientes de câncer de mama espalhadas pelo mundo sirvam para mostrar que ninguém, regido pelas leis cósmicas naturais tem o privilégio de estar a salvo das mazelas desse mundo material, e que força interior e superação pessoal são as grandes armas de batalha nessa luta.
Essas são todas mulheres de sucesso, celebridades e sobreviventes do câncer de mama. Hoje são ícones da conscientização, do incentivo e da pesquisa, do apoio e do tratamento. Dez fontes de inspiração de luta e de resistência contra o câncer, mulheres que viveram esse drama pessoal e que o superaram, cada uma a sua maneira, e que retomaram o curso de suas vidas.
1. Suzanne Somers
Três anos após seu diagnóstico, em 2000, a atriz esteve no ‘Larry King Live” (espécie de Jô Soares dos states) para falar sobre sua experiência com a doença. “Hoje eu vejo todo mundo de forma diferente. Eu olho para cada criança de forma diferente. Eu olho para cada flor diferente”, disse Somers. "Eu sou grata por cada dia. ... Uma vez que você teve (câncer), valoriza muito mais tudo.”
2. Christina Applegate
Para a atriz, diagnosticada com câncer de mama em julho de 2008 ,houve apenas uma maneira eficaz de lidar com seu medo do tratamento contra a doença: “ponham tudo para fora. Às vezes eu chorava, às vezes eu gritava. E ficava realmente irritada se me pegava chafurdando na auto-piedade, não me permitia. E acho que isso faz parte da cura.”
3. Maura Tierney
Muito conhecida por interpretar por quase 10 anos a personagem Abby Lockhart no seriado americano ER e na comédia NewsRadio, transmitidas pelo canal Sony. Também atuou ao lado de Ben Affleck e Sandra Bullock no filme Forças do Destino. Confirmou em Julho de 2009 que tinha um tumor na mama e que a cirurgia seria necessária. Os médicos continuam confiantes que o resultado de seu tratamento será positivo.
4. Carly Simon
A cantora e compositora ícone dos anos 70, que foi casada com o cantor James Taylor, com quem teve dois filhos, teve seu diagnóstico de câncer de mama em 1997, o que deu a vida dela um ponto focal. “Eu me sinto mais forte e mais vital do que nunca”, disse em entrevista. “Quando você tem realmente uma batalha, é melhor do que quando você não tem porquê lutar.”
5. Jaclyn Smith
Diagnosticada em 2002, a atriz, que fez muito sucesso na década de 70 ao lado de Kate Jackson e de Farrah Fawcett na série de TV “As Panteras”, dá este conselho para quem enfrenta o câncer de mama: “Não fique sozinha. Eu acredito que a família e os amigos podem fazer uma diferença profunda durante o tratamento.”
6. Hoda Kotb
A melhor maneira para a apresentadora de TV, diagnosticada em 2007, de lidar com a doença foi a de não lidar com ela. “Às vezes, quando as coisas são muito grandes e eu não posso controlar, faço uma espécie de check-out. É tudo uma questão de auto-preservação pra mim. Eu não poderia ler livros sobre o câncer, nem pesquisar no Google. Seria como se estivessem me explicando como saltar de um avião. Eu não queria saber como. Eu só queria saltar.”
7. Olivia Newton-John
 
Logo após seu diagnóstico, em 1992, ela abriu o jogo com amigos e familiares. Ficou famosa ao estrelar o filme que adaptava o musical da Broadway, “Grease, nos Tempos da Brilhantina”, em 1978, ao lado de John Travolta. Estrelou também o musical “Xanadu”, tendo como parceiro Gene Kelly, o lendário astro do gênero.
8.Kylie Minogue
Os médicos inicialmente se equivocaram no diagnostico de seu câncer de mama. A cantora pop australiana teve sua condição finalmente identificada corretamente em 2005. Passou por uma cirurgia para remover o nódulo, seguida de quimioterapia. Aos 40 anos de idade está atualmente em remissão. “É incrível como as pessoas são afetadas pelo câncer e é definitivamente algo que permanece com você. Hoje, depois de tudo, eu me sinto muito feliz.”
9. Sheryl Crow
Após seu diagnóstico, em 2006, uma das minhas cantoras preferidas de country-rock e ex-namorada do super ciclista Lance Armstrong, cercou-se do que ela descreveu como 'positividade edificante das pessoas'. “Eu acho que o incentivo sempre será importante para se percorrer um longo caminho”.
10. Peggy Fleming
O poder do pensamento positivo ajudou a campeã de patinação no gelo a ganhar sua batalha contra o câncer de mama, depois que foi diagnosticada em 1998. "Eu me lembro do lado escuro, mas eu tento não pensar nele".

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

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Saúde do brasileiro – quem paga a conta?


O IBGEInstituto Brasileiro de Geografia e Estatística - divulgou em dezembro de 2009 os dados referentes à composição dos custos da saúde pública no Brasil. De acordo com os dados, as despesas da família brasileira neste item chegaram a 3,1% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2007. E isso corresponde apenas a consultas e exames realizados em ambientes clínicos e ambulatoriais, não incluídas aí as despesas com remédios. Os planos privados de saúde custaram 0,4 % do PIB daquele ano e os gastos com atendimentos hospitalares e médicos alcançaram 1% do PIB.
Aplicando uma aritmética simples sobre os dados revelados pelo IBGE, pra nossa perplexidade, constatamos que a cada R$ 100,00 gastos em saúde no País, o poder público, o Estado Brasileiro arca com apenas R$ 41,59 e os Planos de Saúde Privados com R$ 1,02, cabendo ao cidadão brasileiro o maior ônus, ou seja, R$ 57,39 em despesas com tratamentos de saúde. Se não fosse dramático eu cantaria a velha canção de Ari Barroso “Brasiiil, meu Brasil brasileeeiro, vou cantar-te nos meus veeeersos”.
Os resultados de uma pesquisa feita pela GfK Brasil para mensurar a satisfação da população em relação aos serviços públicos de saúde, em fevereiro de 2010, apontam que 68% dos usuários deste serviço público deram notas de 0 a 5, numa escala de 0 a 10. A média geral alcançada pelo serviço foi 4,22, o que demonstra a grande insatisfação por parte dos usuários. Cerca de 21% desta fatia dos entrevistados deram nota zero ao serviço público.
Segundo dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE - organização internacional que congrega os países mais desenvolvidos economicamente e com um alto Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), nestes países esses números são muito diferentes, pois lá o estado responde em média por 72% dos gastos com saúde e as famílias com apenas 28%.
Quem não tem um seguro saúde particular e não pode esperar pelo atendimento demorado do SUS, depara-se com outra realidade: apenas com os serviços de médicos particulares as famílias gastaram 1,7 % do PIB, algo como 10 vezes o valor que o governo pagou pelos remédios que distribuiu gratuitamente.
A distribuição gratuita de medicamentos pelo SUS limita-se aos remédios básicos, utilizados nas Unidades Básicas de Saúde no tratamento das doenças de uso contínuo e de alto custo. No tratamento do diabetes estão excluídos os análogos de Insulina e medicamentos orais, mais eficazes e mais modernos.
E o que causa maior indignação ainda é que sabemos que estes cerca de 2,5 bilhões de reais pagos à indústria farmacêutica saíram dos nossos bolsos, pois são provenientes dos impostos que pagamos e que estão embutidos também no preço dos medicamentos. Alias, apenas sobre os medicamentos foram arrecadados ano passado algo em torno de 9 bilhões.
A insuficiência da rede pública leva o Estado a conveniar a rede privada, custeando o atendimento privado com verbas do SUS. Proliferam os hospitais e casas de saúde criadas tão somente para abocanhar as verbas públicas. Seus profissionais nem sempre têm formação e tem sido comum a contratação de indivíduos que jamais ingressaram numa faculdade de medicina.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA – é um órgão de controle sobre os medicamentos com centenas de outras atribuições. Drogas de tecnologia de ponta, da biotecnologia, modernas, que já foram aprovadas e estão em uso por vezes há anos na Europa, no Japão e nos EUA tem sua aprovação emperrada no Brasil, pela burocracia e pela inépcia.
A situação, historicamente já esteve pior. Mas os dados revelados pelo IBGE, quando analisados e comparados com outras realidades, de outros países, não dão margens a dúvidas de que falta planejamento e racionalidade quando se trata de gastar recurso público com saúde no Brasil, impondo-se, assim, ao cidadão, um custo muito elevado, um custo que não é apenas econômico-financeiro, mas, sobretudo, social.
Fonte: IBGE
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A indústria farmacêutica vai bater de frente com o governo para evitar a adoção, a partir de janeiro de 2011, do selo de segurança nos remédios, cujo custo será de R$ 400 milhões ao ano. Este aumento, estimado entre 6% e 10%, deverá ser repassado para a conta do consumidor brasileiro. O Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma) vai ingressar até semana que vem com uma ação judicial para tentar barrar a Instrução Normativa 11, da Anvisa, de 3 de novembro, que formaliza a adoção "etiqueta auto-adesiva de segurança" em mais de 4 bilhões de embalagens.
Leia toda a matéria aqui

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

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Risco cardíaco da quimioterapia terá normas estabelecidas pela Sociedade Brasileira de Cardiologia

Sobreviver a um câncer, para logo depois descobrir que a quimioterapia causou danos ao coração e que você pode morrer por isso pode ser uma surpresa muito impactante. O vice, José Alencar, está se recuperando de um infarto agudo do miocárdio muito provavelmente em conseqüência dos vários ciclos de quimioterapia por que passou ao longo dos últimos 15 anos. Em torno de 10% dos pacientes oncológicos correm esse risco, mas até hoje não havia regras claras e reunidas em um só documento sobre como tratar os doentes.
O Brasil criou as primeiras diretrizes mundiais sobre o atendimento cardíaco ao paciente oncológico.
As normas estão sendo editadas pela SBC (Sociedade Brasileira de Cardiologia) e por oncologistas e deverão ser publicadas no início de 2011.

Estudos internacionais mostram que os pacientes que passaram por quimioteraoia têm até 30% mais chances de desenvolver o problema do que a população em geral. Um dos efeitos mais graves é a cardiomiopatia, que causa um enfraquecimento do músculo do coração e leva à insuficiência cardíaca e, em última instância, à morte. As novas diretrizes vão facilitar a vida do médico no sentido de orientá-lo a garantir o controle do câncer com menos chances de complicações cardiovasculares.

Segundo o cardiologista Ricardo Kalil Filho, um dos coordenadores das novas diretrizes, no documento haverá uma lista dos quimioterápicos que podem causar efeitos nocivos ao coração e as recomendações sobre como os médicos devem tratar esses pacientes. Entre os quimioterápicos cardiotóxicos estão as antraciclinas e o trastuzumab, para tumores de mama. O médico será orientado a solicitar um ecocardiograma do paciente dois meses depois do início da quimioterapia.

O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, diz que o SUS será um dos grandes usuários das diretrizes, já que é responsável pelo atendimento de 80% dos tratamentos de câncer no Brasil.

Interesse mundial – o interesse sobre os efeitos dos quimioterápicos no coração é mundial. Recentemente, a Universidade de Harvard anunciou que abrirá um novo programa cardio-oncológico para estudar as terapias mais indicadas no tratamento dos danos cardíacos.

Nos EUA, há outras iniciativas isoladas. Há três anos, um grupo de cardiologistas e oncologistas da Universidade de Minnesota abriu uma clínica com esse foco. Ele afirma que vem usando medicamentos, como o Carvediol, para prevenir danos ao músculo cardíaco, mas reconhece que ainda é cedo para afirmar o efeito cardioprotetor a longo prazo.
Condensado e adaptado da AMBr. Leia matéria original aqui. Editorial e edição de ilustração pelo autor.
Ervas utilizadas há mais de 1.800 anos potenciam quimioterapia e reduzem efeitos colaterais
Uma combinação de ervas chinesas em uso há mais de 1.800 anos reduziu os efeitos colaterais da quimioterapia gastrointestinal em camundongos. E, talvez ainda mais importante, o medicamento natural na verdade otimizou os efeitos da quimioterapia. A descoberta, feita por cientistas da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, foi publicada na revista Science.
A fórmula utilizada no experimento, conhecida como PHY-906, é composta por quatro ervas e baseia-se em uma receita chamada Huang Qin Tang, historicamente utilizada no tratamento de náuseas, vômitos e diarréia.
A quimioterapia provoca uma série de efeitos colaterais tóxicos que são normalmente tratados com vários medicamentos, com níveis de sucesso que podem deixar muito a desejar. “Causa muita angústia para milhões de pacientes, mas a PHY-906 tem múltiplos compostos biologicamente ativos que podem atuar sobre várias fontes de desconforto," segundo o Dr. Yung-Chi Cheng, coordenador da pesquisa.
Mecanismos múltiplos - A fórmula de ervas reduziu a toxicidade da quimioterapia agindo por múltiplos mecanismos, incluindo a inibição da inflamação e a criação de novas células intestinais. Esses efeitos não podem ser alcançados com os medicamentos alopáticos tradicionais, que geralmente têm como alvo apenas um mecanismo.
Para o coordenador da pesquisa, esta combinação de quimioterapia e plantas medicinais representa um casamento perfeito das abordagens oriental e ocidental para o tratamento do câncer.
Condensado de http://sciencetolife.com.br. Leia matéria original aqui. Editorial e edição de ilustração pelo autor. Mais informação aqui.