sábado, 16 de janeiro de 2010

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Nova variedade de gengibre: planta medicinal melhor que remédio alopático


O extrato de um novo tipo de gengibre encontrado na Amazônia é mais potente do que os remédios alopáticos utilizados na terapia da doença.


O Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (Inpa/MCT), há 15 anos, comprovou que o composto denominado Zerumbona, extraído de um novo tipo de gengibre (Zingiber Zerumbet) é mais potente do que os remédios alopáticos utilizados na terapia da doença.

Segundo o pesquisador da Coordenação de Pesquisas em Produtos Naturais, Carlos Cleomir, a planta foi encontrada na área rural de Manaus em localidades como Tarumã Mirim e Puraquequara. Os moradores costumavam usar a planta para ornamentação, pois dela brotam flores muito bonitas. No entanto, o que eles não sabiam é que por trás de toda a beleza também existe um grande potencial farmacológico.

Gengibre contra o câncer

No Japão, esse tipo de gengibre é consumido na alimentação e bastante utilizado no tratamento do câncer. De acordo com Cleomir, essa espécie pode ter sido trazida para a Amazônia há séculos, junto às grandes embarcações que passaram pela região. "Descobri que existia essa espécie no Amazonas depois de muitas pesquisas bibliográficas", diz.

A comercialização do composto extraído do gengibre deve acontecer em, no máximo, dois anos. Já existem várias empresas interessadas em colocar o produto no mercado. De acordo com o pesquisador, será um produto de baixo custo, pois ele vem de uma planta que se reproduz facilmente. "Esse remédio será de grande importância para a sociedade, pois além de ser um forte aliado no tratamento do câncer, ele também pode ser usado para tratar a leucemia e até a Aids", conta.

Óleos essenciais

Já existem várias patentes semelhantes desse tipo de composto, mas após a descoberta dele no Amazonas foi encontrada uma nova fórmula de extração do produto, através de óleos essenciais, o que determinou um grau de pureza de 97,95%. Esse processo já foi patenteado pelo Inpa. "Encontramos outras atividades farmacológicas que ainda não foram estudadas, o que favorece ainda mais nossa pesquisa", afirma.

O gengibre pode oferecer proteção contra o câncer no intestino, de acordo com cientistas do Instituto Hormel da Universidade de Minnesota, em Austin, nos Estados Unidos.

Testes mostraram que o gingerol – substância que dá ao gengibre seu sabor característico – pode tornar mais lento o crescimento de tumores humanos em ratos de laboratório. Plantas da família do gengibre têm sido usadas há milhares de anos e já se dizia que possuiam propriedades efetivas contra o câncer. Os pesquisadores afirmaram que pretendem realizar novos testes para confirmar seus resultados do estudo e verificar se os compostos podem ter alguma utilização clínica.

Testes

Os cientistas do Instituto Hormel aplicaram menos de um miligrama da substância identificada como [6]-gingerol em ratos de laboratório geneticamente modificados para não terem sistema imunológico. Os animais receberam a dose três vezes por semana, antes e depois de terem injetadas em seu organismo células com câncer no intestino.

Outros ratos tiveram injetadas células do mesmo tipo, mas sem receberem gingerol – eles integravam o chamado "grupo de controle”. Os tumores foram observados até que atingiram um centímetro cúbico. Nesse estágio, os ratos foram mortos.

Atividade anticâncer

Depois de 15 dias, 13 tumores de tamanho mensurável foram encontrados entre os ratos do grupo de controle. Entre os ratos que receberam gingerol, apenas quatro apresentaram tumores mensuráveis.

No 28º dia, todos os ratos no grupo de controle tinham tumores mensuráveis, mas levou mais dez dias para que a grande maioria dos ratos de laboratório que receberam o gingerol chegassem nesse estágio – um deles ainda não havia desenvolvido um tumor mensurável.

No 49º dia, todos os ratos do grupo de controle estavam mortos, mas 12 dos ratos em gingerol ainda estavam vivos e o tamanho médio do tumor que desenvolveram era de cerca de meio centímetro cúbico.

Outro estudo

Um segundo estudo, apresentado à Associação Americana para a Pesquisa do Câncer, indica que uma planta da família da hortelã pode desacelerar o desenvolvimento de câncer de próstata.

Pesquisadores do Union College de Nebraska, também nos Estados Unidos, analisaram as propriedades de uma erva chinesa chamada Scutellaria barbata (SB), da família da hortelã. A erva é utilizada tradicionalmente para tratar doenças, inclusive câncer no fígado, pulmão e reto. Os pesquisadores utilizaram ratos sem sistemas imunológicos e aplicaram oito miligramas de extrato de SB por dia, ou 16 miligramas ou um placebo.

No grupo que recebeu o placebo, desenvolveram-se tumores significativos em 19 semanas. Na 32ª semana, todos esses ratos tinham tumores de próstata palpáveis. Comparativamente, 20% e 30% dos animais dos grupos que receberam SB não apresentaram tumores.

Depois de 27 semanas, menos de 30% dos animais que não receberam SB não apresentavam tumores. Entre os que receberam uma dose baixa de SB, 50% não apresentaram tumores e entre os que receberam dose alta, o número chegou a 70%.

Editado dos textos originais do Ministério da Ciência e Tecnologia e BBC Brasil.



1 Comentário:

Juju disse...

Olá, Daniel! Espero que esteja tdo bem com vc. Estou voltando depois de umas (acho)merecidas férias. PC, nem pensar. Só praia e água de côco.
Mas que pesquisa é essa do nosso INPA? 15 anos!!?? Bota perquisa nisso, fala sério!! E ainda vao levar mais dois anos pra lançar o extrato?? Bem, o jeito é mandar o câncer esperar então.Abc